A primeira coisa que gostaria de escrever sobre o primeiro post da Costa Amalfitana é: esqueça o carro. O nosso ficou parado por 5 dias (maior perda de grana), não sentimos necessidade alguma de usá-lo. Além dos estacionamentos caros e escassos, de ruas cheias de pedestres, de estradas sinuosas com curvas fechadas repletas de espelhos e paisagens deslumbrantes que, com certeza, irão te distrair, os prós de não se usar carro são os transportes públicos como os ônibus, que realmente funcionam e param em qualquer ponto que desejar, e os barco-táxis, que te pegam seja em qual praia paradisíaca estiver. Se deixe levar pelo clima do lugar! Não tem preocupação, não tem estresse para procurar vaga e também não adianta querer parar na porta, porque na costa você não vai poder fugir das escadas.

Sim, essa é a segunda DICA: prepare-se fisicamente para poder aproveitar tudo. As escadarias são incontáveis, e quando descer para ir à alguma praia, lembre-se que depois terá que subir, cansado do bronze que ganhou.

Pronto, dito isso, agora sim eu posso contar que amei Positano! ❤

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O horizonte tem sempre essa névoa que não deixa muito claro o limite azul entre o céu e o mar. As falésias se prolongam por toda a costa em movimentos de vai-e-vem, revelando praias e grutas secretas. As casinhas são um charme, encravadas na rocha íngreme, sem medo de ser feliz. Alguém me disse que eu iria para um lugar que era como uma favela chique, não sei se isso foi uma comparação boa ou sarcástica, mas o lugar me conquistou. Um dia, quando eu pedi para me mostrarem algo qualquer, eles me apresentaram a expressão io ti faccio vedere, que em tradução significa “eu te faço ver”. Aquilo ressoou em mim como poesia, como se ao ato de me fazer ver algo compartilhássemos um sentimento único pelas coisas e paisagens daquele lugar. Capire?

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Positano é uma comuna italiana da província de Salerno, região da Campania. É a mais próxima de Sorrento, sendo a primeira da Costa Amalfitana sentido ponta da bota. É pequena, mas considerada a maior e mais desenvolvida comuna da costa.

Nos hospedamos no Il Gabbiano, com reservas feitas pelo Booking. Foi lá, logo no café da manhã, que experimentamos sfogliatella e nos rendemos ao doce! O hotel está localizado mais ao topo de Positano, há 10 minutos à pé da estrada principal, um facilitador para pegar o ônibus para as outras comunas. Mas tudo é muito perto de tudo, e as escadas ajudam a cortar caminho para a praia, as lojas, os restaurantes, ou seja lá onde queira ir (tem até um mapa exclusivo das escadarias).

Spiaggia Grande é a principal praia, bastante movimentada, com restaurantes e barracas à beira-mar (todas privativas, ou seja, sentou, pagou), é de lá que saem os barcos para outras praias, inclusive os catamarãs para a ilha de Capri. A Spiaggia del Fornillo é menor e fica logo ao lado, separada por uma grande rocha. Foi essa que escolhemos para curtir o sol, por ser mais sossegada e free. A praia é de pedras, portanto leve uma canga de tecido mais grosso e ande com seu chinelo até a beirinha da água antes de se molhar. Pode mergulhar à vontade que, quando voltar, seu chinelo estará ali, junto com os de outros que também foram aproveitar o mar! DICA: Essa parte da praia fica perto de uma encosta, com grutas e água cristalina, ótima para usar o snorkel. Os peixes não são desesperados e é possível nadar por entre um cardume tranquilamente. Ótima, também, para praticar stand up paddle.

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Vista do nosso quarto e, no cantinho direito, a Spiaggia del Fornillo

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Ao passear pela cidade, conheça a Igreja Santa Maria Assunta (e tire uma boa foto ao entardecer). No entorno, existem várias lojinhas de roupas, acessórios, cerâmica, perca um tempo ali com um gelato.

Como essa foi a nossa cidade/comuna-base, conhecemos alguns ótimos restaurantes. Dois deles localizados bem próximos ao nosso hotel: o Il Fornillo, delicioso e não tão caro, e o Saraceno d`Oro, preço bom, comida ótima, atendimento excelente! Neste último, peça o gnocchi com massa de rúcula e manjericão e você vai fechar a mão juntando as pontas dos dedos e tascar um beijo estalado. Muack! Mamma mia! Ambos na Viale Pasitea. Aliás, essa é praticamente a única rua de Positano! Descendo pela via, um ao lado do outro, um pouco mais caros, mas igualmente deliciosos, tem o Ristorante Don Vincenzo e o Caffé Positano, este com mesas em uma varanda com vista para o mar (romântico). Já quase na altura do mar, jantamos uma pizza dos deuses de camarão com abobrinha no Valle dei Mulini, que não é caro, mas cobra um exagerado couvert artístico por pessoa. Outro jantar excelente foi no Ristoranti di Bruno, onde paguei um preço justo por um incrível fettuccine al mare. Para comer perto da Marina Grande, tem o Covo dei Saraceni, caro pela localização, mas com ótimos mexilhões. Em todos pedimos o vinho da casa e acertamos.

NOTA: em todos os restaurantes que fomos nos foi cobrado o coperto, que é uma taxa paga para “comer sentado”. Essa taxa vem junto com o il conto, per favore e convém deixar mais 10% de gorgeta, no mínimo.

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Se ainda tiver fôlego e quiser sair para dançar à noite, vá ao Music on the Rocks, uma boate dentro de uma gruta, bem de turista mesmo, cheia de neon. Mas você é turista lá, então seja feliz e vá dançar! O melhor é não pagar para entrar, só o que consumir, e os drinks variam de €5 à €10. Fica no finalzinho da Spiaggia Grande, e tem táxis esperando para levar de volta ao hotel, caso o fôlego não dure até lá.